Durante vários dias seguidos, a emissora global exibiu cenas de alguns  personagens da novela se confrontando verbalmente sobre o tema  “homossexualismo”
No capítulo desta segunda-feira, 18, o personagem gay “Chicão” (foto)  vivido pelo ator Wendell Bendelack, disse ser discriminado pelos seus  pais por influência de um pastor.
“A minha mãe só fala comigo para me dar sermão; o meu pai nunca  passou de ‘bom dia’ e cascudo. Os dois vão na conversa do pastor da  igreja deles e me tratam como se eu fosse o ‘fim do mundo’”.
Esta foi a frase dita pelo personagem gay “Chicão” no capítulo desta  segunda-feira, 18, na novela “Insensato Coração”, quando ele pedia  desculpas a sua patroa, Sueli, interpretada por Louise Cardoso, que na  trama, descobre que tem um filho gay.
Durante vários dias seguidos, a emissora global exibiu cenas de  alguns personagens da novela se confrontando verbalmente sobre o tema  “homossexualismo”. Nas cenas, enquanto uns não aceitavam, outros diziam  que a não aceitação seria “homofobia” e que já existia no Congresso uma  lei que iria tornar a homofobia, crime, punível com prisão.
O exagero destas cenas e a perda de 8% do ibope este ano, talvez  tenham alguma relação, e possam ter sido decisivos para que a emissora  resolvesse “jogar um balde de gelo nos gays” da novela, como afirma a  colunista da Folha de São Paulo, Keila Jimenez.
A Folha de São Paulo apurou que os autores da novela, Gilberto Braga e  Ricardo Linhares, foram chamados na semana passada para uma conversa  com o diretor-geral de entretenimento da emissora, Manoel Martins. Na  pauta: a determinação da Globo para que a história dos homossexuais  Eduardo (Rodrigo Andrade) e Hugo (Marcos Damigo) fosse completamente  esfriada no folhetim.
As novas cenas de Hugo e Eduardo, assim como as cenas de conversa  sobre o assunto entre Eduardo e sua mãe, vivida por Louise Cardoso,  serão inutilizadas.
 
Aos autores e atores a Globo pediu silêncio. Nada de instigar o beijo  gay nem a ira de entidades que possam encarar a iniciativa como  preconceito. A ordem é esfriar o assunto sem polemizar.
Além do corte das cenas, os autores foram instruídos a não carregarem  bandeira política, a pararem de fazer apologia pela criação de uma lei  que puna a homofobia. Já as cenas engraçadas do personagem Roni  (Leonardo Miggiorin) estão liberadas.
Procurada, a Globo, via assessoria, diz que a televisão é um veículo  de massa que precisa contemplar todos os seus públicos e faz parte do  papel da direção zelar para que isso aconteça.
Fonte: Folha Gospel

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