A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (26) que não  aprova o kit anti-homofobia que estava em elaboração pelo Ministério da  Educação para ser distribuído como material didático às escolas. Segundo  ela, o governo não pode interferir na vida privada dos brasileiros.  Nesta quarta-feira (25), ela suspendeu a produção e entrega das  cartilhas e vídeos contidos no kit.
“O governo defende a educação e também a luta contra práticas  homofóbicas. No entanto, não vai ser permitido a nenhum órgão do governo  fazer propaganda de opções sexuais”, afirmou, após cerimônia de  assinatura de termos de compromisso para a construção de 138 creches.
Segundo Dilma, a função do governo é apenas educar para que se evite  agressões e desrespeitos à diferença. “Nós não podemos interferir na  vida privada das pessoas . Agora, o governo pode sim fazer uma educação  de que é necessário respeitar a diferença, que você não pode exercer  práticas violentas contra aqueles que são diferentes de você”, disse.
O kit seria composto por vídeos que tratavam de transexualidade e  bissexualidade e que deveriam ser exibidos e debatidos em salas de aula  do ensino médio no segundo semestre deste ano. O objetivo do material,  composto de três filmes e um guia de orientação aos professores, seria  trazer para o ambiente de 6 mil escolas o “tema gay” como forma de  reconhecimento da diversidade sexual e enfrentamento do preconceito.
Logo depois do evento, o ministro da Educação, Fernando Haddad,  afirmou que os vídeos do kit anti-homofobia poderão ser integralmente  refeitos.
“A presidenta entendeu que esse material não combate a homofobia. Não  foi desenhado de maneira apropriada para promover aquilo que ele  pretende, que é o combate a violência. (…) Os vídeos poderão ser  integralmente refeitos”, afirmou Haddad.
De acordo com Haddad, o kit anti-homofobia ainda não tinha sido  aprovado pelo comitê de publicações do Ministério da Educação. Mesmo  depois da rejeição da presidente, o material será avaliado pelo  ministério e pela Presidência da República para que seja refeito, mas  não será distribuído.
Bancada religiosa
Na quarta, após protestos das bancadas religiosas no Congressso, a  presidente determinou nesta quarta-feira a suspensão do kit, informou o  ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Diante da decisão de Dilma, o ex-governador do Rio de Janeiro,  Anthony Garotinho (PR-RJ), que participou da reunião com Carvalho,  afirmou que estão suspensas as medidas anunciadas pelas bancadas  religiosas em protesto contra o “kit anti-homofobia”. Em reunião, os  parlamentares haviam decidido colaborar com a convocação do ministro da  Casa Civil, Antonio Palocci, para que ele explique sua evolução  patrimonial.
O ministro Gilberto Carvalho negou ter pedido que os parlamentares  desistissem de trabalhar pela convocação de Palocci diante da decisão da  presidente sobre o “kit anti-homofobia”.
Fonte: G1

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