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ESCRITURA EM FOCO - A dor de um crucificado

O fato de que Jesus morreu em uma cruz, dando a sua vida por toda a humanidade é bastante conhecido em todo o mundo. Apenas um sentimento o impulsionava a assumir a cruz que lhe estava proposta: o amor. Amor esse que ninguém jamais manifestou ou manifestará, senão ele, que se deu a si mesmo em resgate por todos. Porém esse fato tão marcante na história da humanidade nem sempre tem uma análise mais profunda, o que faremos na continuidade do presente artigo.

O início da tortura
Tudo começou depois da última ceia. Os relatos bíblicos nos dão conta de que Jesus foi com os seus discípulos ao Monte das Oliveiras, mais precisamente ao Jardim do Getsêmani. Lá esteve orando ao Pai, e conhecendo o sabor do cálice que deveria beber, ficou terrivelmente angustiado a ponto de dizer: “a minha alma está profundamente triste até à morte”. Essa angústia profunda fez com que Jesus experimentasse um alto estresse psicológico.

Conseqüências do alto estresse psicológico
Apenas o evangelista Lucas registrou que quando Jesus orava no jardim, o seu suor se tornou em grandes gotas de sangue. Mas de que isso se trata? Por que isso aconteceu? Essa é uma condição médica conhecida, chamada hematidrose, que os médicos explicam da seguinte forma: a ansiedade extrema ocasiona a liberação de produtos químicos que rompem os vasos capilares nas glândulas sudoríparas. Em conseqüência, essas glândulas sangram um pouco, e o suor brota misturado com sangue.

Outra conseqüência do estresse psicológico sofrido pelo Senhor Jesus diz respeito à sua pele, que deve ter ficado bastante frágil, de modo que, quando foi açoitado pelo soldado romano no dia seguinte, sua pele devia estar muito sensível.

O açoitamento
 
Os evangelhos evidenciam um açoitamento cruel para com a pessoa do Senhor Jesus Cristo e, de fato, esse açoitamento realmente aconteceu. Os açoitamentos romanos eram famosos por serem terrivelmente brutais e sangrentos. O chicote usado nesses atos espetaculosos possuía, ao que indicam as pesquisas arqueológicas, seis bolinhas de metal amarradas em suas pontas. Quando o açoite atingia a carne, essas bolinhas causavam hematomas e contusões profundas, que se abriam nas chicotadas seguintes. Havia também, presos ao açoite, pedaços afiados de ossos, que cortavam a carne profundamente. As costas do condenado ficavam tão maltratadas que, as vezes, os cortes mais profundos chegavam a deixar a espinha exposta. Eusébio, importante historiador do século III da era cristã escreveu: “As veias do sofredor ficavam abertas, e os músculos, tendões e órgãos internos da vítima ficavam expostos”. A história também registra que algumas vítimas morriam, por causa dos açoites, antes mesmo de serem crucificadas. Os médicos dizem que, no mínimo, a vítima sofria dores terríveis e entrava em choque hipovolêmico.

O que é um choque hipovolêmico?
Essa condição médica chamada choque hipovolêmico pode ser entendida da seguinte forma: HIPO significa “baixo”. VOL refere-se a “VOLUME”. Êmico significa “SANGUE”. Portanto, quando alguém sofre um choque hipovolêmico, está sofrendo as conseqüências da perda de grandes quantidades de sangue.

Conseqüências do choque hipovolêmico
As conseqüências principais de um choque hipovolêmico são as seguintes: o coração se esforça para bombear mais sangue, mas não tem de onde; a pressão sanguínea cai, causando desmaios ou colapsos. Provavelmente foi esse o motivo que levou as autoridades a obrigar certo homem cireneu, chamado Simão, a carregar a cruz de Jesus (Mt 27.32, Mc 15.21, Lc 23.26). A pessoa fica, obviamente, com muita sede, pois o corpo pede líquidos para repor a água que perdeu através do sangue. Em João 19.28 lemos que Jesus disse: “Tenho sede”, e uma esponja embebida com vinagre foi estendida a ele.

Agonia na cruz

Para que pudesse ser pregado na viga horizontal da cruz, o Senhor Jesus deve ter sido deitado de costas, e assim, atravessaram os seus pulsos com pregos grandes e bem afiados de cerca de 15 cm. Para se ter uma idéia de como isso doía, imagine o nervo localizado abaixo do seu cotovelo, que se chama ulna, sendo arrancado e esmagado com um alicate – dói bastante!. Depois de ter os pulsos perfurados e ter sido pregado na viga transversal, Jesus foi erguido para que esta pudesse ser colocada sobre a viga vertical e seus pés também foram pregados nesta. Quando alguém é erguido desta forma, os braços ficam imediatamente esticados, os ombros saem do lugar e as juntas distendem cerca de 15 cm. Isso cumpriu a profecia do Antigo Testamento em Salmos 22.14 que diz: “Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram”.

A hora da morte

A tensão dos músculos e do diafragma deixa o peito na posição de inalar. Para exalar, a pessoa tem de firmar-se sobre os pés para aliviar um pouco a tensão dos músculos, e assim exalar. Para que a respiração continue, o crucificado tem que repetir continuamente esse processo. Quando a exaustão toma de conta, não é mais possível respirar. Daí o coração começa a bater de modo irregular. Possivelmente, quando Jesus percebeu que seu coração passou a bater de forma irregular, entendeu que a hora da sua morte havia chegado e, então, disse: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. E havendo dito isto, expirou.

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